Exercício de Transcriação
CD2 / 02 : 21’40’’ até 22’:20’
Essa transcrição foi feita por Anna Carolina Vicentini Zacharias

Sobre esta transcriação
Esta transcriação baseou-se em Denise Ferreira da Silva e a ideia de hackeamento do sujeito. Segundo ela, "hackear, como performado aqui, não é tanto um método, mas a recusa como um modo de engajamento", e se utilizo esse conceito, é para também buscar ilustrar "o que se torna possível quando a negridade especula e vagueia no mundo, atendendo ao mandato ético de desafiar nosso pensamento, de liberar nossa imaginação e dar boas-vindas ao fim do mundo como nós o conhecemos, isto é, a descolonização, que é o único nome adequado à justiça" (p. 198).
Assim como Denise Ferreira da Silva, percebo o Falatório dissolvendo a forma-patriarca, de\compondo, ou como "uma transformação radical (ou uma imagem) que expõe, abala e perverte forma e fórmulas" (p. 206).
Assim, penso o Falatório como um hackeamento. Uma negação de imposições tão fajutas quanto foram as construções de sua persona pelo hospício e pela literatura; uma emissão de ondas sonoras ou eletromagnéticas que atingem o nosso corpo, pelo ouvido ou pelo olhar, e que nos transformam por dentro mesmo sem nos darmos conta. Um Cavalo de Tróia como uma “malandragem e vagabundagem”, dando explosão no sistema, qual seja: as nossas crenças limitadas e limitantes.
A linguagem computacional lembra os aparelhos, armas e máquinas para mostrar que a linguagem própria é ferro, chumbo e aço enigmático. Ela coloca-se em movimento e trabalha com a cabeça larga, maior até do que o mundo familiar. O Falatório vai materializando o movimento na medida mesma em que é enunciado ou, assim como no sistema, na medida em que o colocamos para rodar.
Depois da explosão, um dia bonito de sol.
(Esta transcriação foi realizada com ajuda de inteligência artificial para gerar os comandos, utilizando os mesmos elementos do trecho selecionado do Falatório).